Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2012
Apenas uma tarde

 

Estranho como uma noite, uma tarde, um momento pode mudar
tudo. Éramos quase insensíveis àquele homem, e algo acontece. Esse algo acaba
com o nosso dia seguinte, deixa-nos ansiosas, nervosas, alegres e leves. Num
momento. Num momento em que, de repente, deixámos de ser nós, e ficámos sem
medos, angústias ou inseguranças, e conseguimos despejar tudo cá para fora. O
amor, a paixão, o carinho.

É difícil, quase insuportável tomar a decisão. Nunca sabemos
se é certa ou errada. E fica o medinho, lá bem no fundo de nós próprias de ter
estragado tudo, de ter dito que não ao homem da nossa vida. Mas depois a
certeza, a liberdade, a alegria de estar com amigas diz-nos que sim, foi a decisão
certa. E estamos bem, e ouvimos música no carro, e cantamos, e sentimo-nos
poderosas e fortes. Até aquele momento. Em que tudo muda. Em que a leveza da
liberdade é trazida para aquele espaço e, entre quatro paredes, já não somos a
mulher que éramos com ele. Somos só outra pessoa, aquela que gostávamos realmente
de ser. Leve, alegre e sem medos. Aquela que resgatámos quando estávamos
sozinhas, com as amigas, leves e poderosas. E de repente, com aquele homem, com
quem tudo era feio e mau, passa a ser simples e bom. Porque nós mudámos? Porque
ele mudou?

Será que tomámos a decisão certa? O que aconteceu ao longo
da relação que estragou tanto tudo? Em que nos tornámos? E sobretudo no que nos
tornámos quando nos afastámos e voltámos, por uma tarde, uma tarde apenas, a
estar juntos? Estamos melhor sozinhas ou com ele? E, no fundo, será que
conseguimos viver sem ele?

O dia seguinte àquela tarde é intenso. Não conseguimos
trabalhar, ou pensar. Só temos um imenso, terrível, assustador medo de nunca
mais termos uma tarde daquelas. E depois o alívio. De deixar tudo nas mãos do
destino. Pensar que estamos entregues a Deus e aos Anjos e que eles hão-de
ajudar-nos a encontrar o melhor caminho. E mais uma vez o medo que o destino
nos leve para longe daquele homem, que já nos fez tanto mal, mas que nos amou
tanto. A quem nós fizemos tanto mal, mas que queremos tanto.

Literalmente à beira de um ataque de nervos e cheia de
trabalho…



publicado por batomvermelho às 16:59
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